Online, via Youtube e Google Meet.
Na manhã de sábado 31 de agosto, o Instituto OEP promoveu, de forma remota, o 4º Fórum de Práticas Educativas voltado exclusivamente para professores, equipes administrativas e gestores dos colégios Oswald de Andrade, Elvira Brandão, Piaget e Crescer Sempre. O tema abordado na palestra de abertura foi “A educação em tempos de hiperconexão digital”, apresentado por Rodrigo Nejm, Doutor em Psicologia, especialista com 17 anos de atuação em programas de proteção de direitos digitais e educação digital de crianças e adolescentes, com foco em bem-estar e segurança.
Camila Caiuby, do Conselho Consultivo do Grupo OEP, deu início ao Fórum e destacou a importância das equipes de colaboradores. “Neste ano, organizamos o evento a partir de vocês, nossos colaboradores, que trouxeram importantes questões”.
Para o início da palestra, Rodrigo trouxe alguns pontos principais para a conversa com os profissionais sobre proteção da criança em espaços virtuais: hábitos, dieta e resiliência digitais, além de saúde, design, tecnologias e educação.
“O Brasil é o segundo país no mundo em volume de redes sociais, o que representa cerca de nove horas, em média, por dia (o que representa 56,6% do tempo acordado na internet). No Japão e em diversos países da Europa, esse tempo é menor. O tempo, contudo, não é o único problema, mas o tipo de engajamento”, inicia Rodrigo.
A provocação sobre os tempos de consumo das crianças e adolescentes na internet levou Rodrigo a utilizar como figura de linguagem a expressão ‘dieta digital’. “A gente se alimenta o tempo todo de telas, de conteúdos, de interações sociais mediadas por alguma tela digital – e de forma extremamente excessiva” , comenta Rodrigo. “Qual é a dieta digital da minha escola? Como é que a gente tem feito a introdução desses alimentos digitais? Quais são os alimentos digitais mais saudáveis? Por outro lado, quais são aqueles que são ultraprocessados, tóxicos e que podem causar desconfortos? Alguns conteúdos podem ser ok para alguns, mas podem ser desconfortáveis para outros. Essa metáfora é útil na hora de usarmos tecnologia na educação”, prossegue.
A proteção da criança e do adolescente no ambiente virtual foi uma discussão de como a experiência digital em sala de aula pode ser feita justamente para que a gente traga a vivência dos estudantes. “Por exemplo, os próprios estudantes criam formulários em notebooks, em equipamentos mais coletivos – e não no celular –, com perguntas para que seja possível investigar a dieta digital dos alunos e de suas famílias, a fim de observar o que é oportunidade e o que é risco”. E continua: “Não é porque há oportunidades com tecnologia digital que ela se traduz em benefício. Da mesma forma, não é porque há riscos na internet que obrigatoriamente se traduz em um dano. Entre essas duas dimensões existe a mediação, a educação e o desenvolvimento destas competências para que você consiga, de fato, desenvolver habilidades em que os estudantes usem a oportunidade da Inteligência Artificial para traduzir em benefícios para a sua experiência pedagógica”, relata.
Nana Giovedi, Diretora do Oswald Formações e integrante do Conselho Consultivo do Grupo OEP, fala sobre os desafios do dia a dia escolar. “Este é um Fórum em que a gente convida pessoas porque a formação da cada educador precisa de troca, de compartilhamento, de opiniões diversas, de exposição e de discussão de vários pontos de vista”, comenta.
No segundo momento do Fórum, divididos em sessões, os profissionais das escolas ingressaram nas salas para encontros organizados a partir de quatro temas distintos, que contaram com a participação de especialistas convidados:
Cultura Digital, Educação Midiática e Currículo – Com Mariana Ochs, designer, jornalista e especialista em cultura digital na educação;
Desenvolvimento Infantil e Práticas Inclusivas – Com Marise Bastos, psicóloga e psicanalista;
Aproximações: Inteligência Artificial e Cultura Escolar – Com Moisés Zylbersztajn, pedagogo, Mestre em Inteligência Artificial;
Racismo Ambiental – Com José Vitor, pesquisador e advogado, mestrando em Administração Pública e Governo.
Andréa Andreucci, diretora-geral do Colégio Oswald de Andrade, explica a importância do compartilhamento entre os profissionais e instituições. “A formação continuada, representada em mais um Fórum OEP, certamente trará ganhos inestimáveis para a nossa instituição. A troca com grandes estudiosos e especialistas sobre temáticas que atravessam o dia a dia escolar proporciona um olhar ainda mais aprofundado, com impactos positivos nas vidas dos nossos estudantes”.
“Participar do Fórum OEP de Práticas Educativas é uma oportunidade única para os colaboradores do Colégio Elvira Brandão se atualizarem, trocarem ideias e aprimorarem suas práticas pedagógicas, contribuindo para uma educação de qualidade para os nossos estudantes. No Fórum, os nossos educadores tiveram acesso às melhores e mais atuais informações, sobre temas como: inteligência artificial, educação midiática, práticas inclusivas e racismo ambiental. Essa foi uma grande oportunidade para que todos pudessem conhecer diferentes abordagens e práticas pedagógicas, enriquecendo a própria prática docente”, explica Caroline Genero, diretora do Colégio Elvira Brandão.
Para Silvana Franco , diretora-geral do Colégio Piaget, o 4º Fórum OEP proporcionou diversos benefícios, tratando temas relevantes do nosso cotidiano. “Com a participação de gestores, professores, funcionários e especialistas renomados, nossa manhã de sábado se destacou como uma excelente oportunidade para a troca de conhecimentos e reflexões profundas. Acredito na importância de continuarmos promovendo e incentivando essas trocas de experiências, que são fundamentais para o crescimento coletivo”, comenta.
Márcia Paladino, diretora da Crescer Sempre, destaca a importância do encontro para a escola e para a Comunidade de Paraisópolis. “Participar do Fórum OEP de Educação foi uma grande contribuição para o trabalho realizado pela Crescer Sempre, em Paraisópolis, especialmente com a temática deste ano. Um grande desafio para a formação de crianças e jovens, ainda mais para aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Essa discussão nos alimenta e enriquece os projetos que temos realizado com essa finalidade, assim como potencializa os encontros com as famílias em busca dessa parceria na educação de seus filhos”.
Cláudio Giardino, diretor-executivo do Grupo OEP, destaca que a possibilidade de reunir especialistas para temas importantes do momento é uma grande chance de expandir as práticas dentro do Grupo. “A colaboração é um pilar fundamental em nossas escolas, a troca fortalece a ação dos educadores na sala de aula e gera maior aprendizagem dos estudantes. No entanto, para que isso aconteça de forma cada vez mais intensa, de forma sistêmica, é importante que nós, enquanto grupo, ofereçamos caminhos para que nossos professores e funcionários administrativos possam atuar na plenitude, sempre com a troca com grandes nomes do cenário nacional”, finaliza.
Sobre o Grupo OEP
O Grupo OEP é formado pelas escolas Oswald de Andrade, Elvira Brandão e Piaget. Atualmente, possui 3.000 estudantes. Em 2022, a associação Crescer Sempre passou a fazer parte do grupo. Essa união foi firmada com o objetivo de aprimorar a qualidade das escolas, fortalecendo seus processos pedagógicos e, ao mesmo tempo, preserva seus nomes, identidades e pilares.